Massacre de Munique
Dois atletas israelitas haviam sido mortos, enquanto outros 9 estavam reféns.
Os raptores pediam a libertação de 234 prisioneiros políticos pelo governo de Israel.
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Conrad Ahlers, porta-voz da RFA
BR
Ainda no dia 5, Conrad Ahlers, porta-voz da República Federal da Alemanha, que estava para ser entrevistado no noticiário noturno, recebeu um telefonema do ministro das Relações Exteriores, que acabara de ser informado pela polícia que a operação de resgate se desenvolvera conforme o planeado. Ahlers anuncia, em plena televisão, que o resgate tinha sido realizado com sucesso.
Trinta minutos antes, a DPA, a agência noticiosa alemã, já tinha noticiado o sucesso da operação.
Na manhã de dia 6 de setembro, os jornais matutinos europeus lançavam manchetes com a notícia de que os reféns tinham sido libertados.
No entanto, a informação veio a revelar-se falsa.
Horas depois, notícias começaram a circular referindo que todos os reféns haviam sido mortos na operação de resgate, além de um polícia alemão e 5 terroristas.
A frase mais famosa a noticiar o sucedido foi proferida por Jim McKay, no canal norte-americano ABC.
"Foram-se todos."
“Quando era miúdo, o meu pai costumava dizer, ‘As nossas grandes esperanças e os nossos piores medos são raramente realizados’. Os nossos piores medos foram realizados esta noite. Disseram-me agora que havia onze reféns; dois foram mortos nos seus quartos ontem de manhã, nove foram mortos no aeroporto esta noite. Foram-se todos”.
O atentado do grupo Setembro Negro foi um dos primeiros ataques a contar com uma alta difusão mediática ao vivo, até porque centenas de jornalistas provenientes de todo o globo estavam no local a fazer a cobertura dos Jogos Olímpicos de 1972.
Estima-se que cerca de 900 milhões de pessoas, em mais de 100 países, assistiam ao desenrolar dos eventos, através da televisão.
O canal britânico BBC tinha montado a maior operação de cobertura mediática nos Jogos Olímpicos de Munique, e David Coleman acompanhou as negociações entre os terroristas e a polícia alemã durante toda a tarde.
"A masked figure of doom" ("uma figura mascarada da desgraça") foi a legenda dada à imagem que ficou conhecida como a imagem do massacre, pela revista Life.
Após os despojos da 2.ª Guerra Mundial e as consequências do nazismo, a Alemanha procurava auferir uma boa imagem e reputação perante o mundo, e os Jogos Olímpicos de Munique eram o meio perfeito para alterar a imagem do país.
Anos antes, em 1936, os Jogos Olímpicos que tiveram lugar em Berlim tinham já sido palco da manifestação da propaganda nazi.
As Olimpíadas de 1972 prometiam ser a reviravolta para a Alemanha, numa demonstração de alegria, união e paz. Com o propósito de mostrar uma Alemanha mais amigável, a segurança foi deliberadamente reduzida.