199 - Coreia do Norte
Os media da Coreia do Norte continuaram os seus esforços propagandísticos para consolidar a unidade nacional à volta do líder Kim Jong-un. Os meios detidos pelo Estado dominam o panorama mediático.
Estes incluem a Korea Central News Agency (KCNA); o Rodong Sinmun, o jornal do partido no poder, o Workers’ Party; a Korean Central TV, também do partido; e, na rádio, a Korean Central Broadcasting Station. Numa recente abertura aos media ocidentais, a Coreia do Norte permitiu à Associated Press (AP) estabelecer o seu primeirobureau noticioso, a tempo inteiro e abrangendo todos os formatos, no país, o que permitiu aos seus fotógrafos e jornalistas trabalhar na Coreia do Norte numa base regular, embora sob pesadas restrições.
Não existem estatísticas precisas sobre o nível de penetração da internet no país. Contudo, a presença online dos mediaoficiais norte-coreanos tem aumentado em anos recentes. A Coreia do Norte possui contas no YouTube e no Twitter com o nome Uriminzokkiri (A Nossa Nação). O acesso global à internet ainda está restrito a alguns oficiais de alto nível que receberam aprovação estatal, embora cada vez mais cientistas académicos e estudantes estejam a obter permissão para aceder. Os cidadãos normais apenas são autorizados a aceder à intranet nacional, que não faz a ligação a sitesestrangeiros. Uma vez que os computadores pessoais são bastante incomuns nos lares norte-coreanos, a maioria dos acessos ocorre através de terminais em bibliotecas ou escritórios. Contudo, a utilização de flash drives USB, obtidas no mercado negro chinês, tem contribuindo para melhorar o fluxo de informação exterior para a Coreia do Norte.
O regime de um só partido detém todos os meios noticiosos domésticos, procura regular toda a comunicação e limita rigorosamente a capacidade dos norte-coreanos acederem a informação exterior. Embora a Constituição garanta, teoricamente, a liberdade de expressão, as cláusulas que exigem a adesão a um “espírito coletivo” restringem, na prática, toda a cobertura que não é sancionada pelo Governo. Todos os jornalistas domésticos são membros do partido no poder e todos os meios de comunicação servem de porta-vozes do regime.
Em 2007, um jornalista japonês e vários refugiados norte-coreanos lançaram a Rimjingang, a primeira revista informativa a ser baseada numa cobertura independente a partir do interior do país. A cobertura é conduzida por norte-coreanos com formação especial – a maioria dos quais refugiados na fronteira com a China –, que concordaram regressar ao país e operar como jornalistas infiltrados, utilizando câmaras secretas.
Vários outros meios noticiosos sediados fora do país, incluindo o Daily NK, também disponibilizam cobertura sobre a Coreia do Norte e dependem, em certo grau, de fontes sediadas dentro do país. Embora a cobertura desses meios seja facilmente acessível para as pessoas fora da Coreia de Norte, dentro do país, a maioria dos cidadãos ainda depende principalmente das agências de radiodifusão detidas pelo Estado para se informar.