2002

Para acompanhar a última fase das negociações para a adesão de dez novos países à União Europeia é preciso estar atento a dois países: a Alemanha e a Polónia. Ambos são os campeões de duas frentes políticas e económicas que, desejavelmente, culminarão um amplo trabalho negocial na cimeira europeia que começa hoje em Copenhaga dedicada ao alargamento da EU a oito novos parceiros do Centro e Leste da Europa, juntamente com Chipre e Malta.

A União Europeia já tem data para o seu alargamento. Será a 1 de Maio de 2004 que o actual clube dos Quinze passará a 25, com a adesão de novos membros do Leste e do Sul da Europa. O Tratado de Adesão será assinado em Atenas, a 16 de Abril do próximo ano.

A União Europeia (UE) e os países candidatos suspiraram ontem de alívio depois da Irlanda ter aprovado, em referendo, o Tratado de Nice. A vitória do “sim”, por 62.89%, é o corolário do empenhamento dos defensores do tratado neste segundo referendo, em contrate com o seu fraco desempenho na consulta de Junho do ano passado. Desta vez, o “não” assinalou apenas 37.11% dos votos.

A União Europeia procurou aproximar-se dos EUA na divergência sobre a futura imunidade dos militares americanos perante o Tribunal Penal Internacional (TPI). Porém, ainda não está garantido que este gesto conte com a concordância americana e atenue as tensões políticas entre os dois lados do Atlântico sobre esta instituição.

O comissário europeu da Agricultura, Franz Fischler, voltará a estar debaixo de intenso fogo político a partir de quarta-feira, quando apresentar formalmente as suas propostas para uma revisão da Política Agrícola Comum (PAC). Depois de diversas fugas de informação, Fischler já começou a ser criticado por alguns Estados membros.

Ao mesmo tempo que está envolvida num amplo programa de modernização tecnológica, assente na estratégia estabelecida em Lisboa em 2000, a EU procura impedir a fuga de cérebros para outras partes do mundo. Para isso, a Comissão acaba de aumentar em cerca de 50 por cento, para 1580 milhões de euros, as vervas destinadas aos recursos humanos envolvidos na investigação científica.

Portugal vai ter dificuldades acrescidas na negociação do novo quadro financeiro da União Europeia depois de a Alemanha ter conseguido maior margem de manobra para impor reformas drásticas e tentar reduzir as contribuições para o orçamento. Tudo se deve a uma hábil troca de presidências da EU entre a Alemanha e a Finlândia em 2006 e 2007.

António Guterres vai ter motivos de satisfação e de desapontamento quando se despedir, neste fim-de-semana, em Barcelona, dos sus colegas da União Europeia.