2007

Ao fim de três anos à frente da Comissão Europeia, que se assinalam no próximo dia 22, Durão barroso parece ter encontrado a velocidade de cruzeiro que o ajudará a chegar ao fim do mandato, desejavelmente, com alguns objectivos essenciais alcançados. O relançamento económico e a procura de soluções para garantir a segurança energética e combater as alterações climáticas encontram-se, certamente, no topo da lista de prioridades.

Uma maratona negocial, em Bruxelas, definiu os contornos do futuro tratado europeu. A discussão centrou-se no poder dos países, com um novo sistema de votação adiado até 2014. Sócrates quer terminar os detalhes do texto a tempo da cimeira de Lisboa, 18 e 19 de Outubro.

A chanceler Angela Merkel apostou o peso e a força da presidência alemã da União Europeia para relançar a Constituição europeia, que está no congelador desde a sua rejeição pela França e pela Holanda, nos referendos de 2005. Se tudo correr bem, como diz Durão Barroso, José Sócrates e Portugal poderão ter um papel decisivo, no segundo semestre deste ano.

Os chefes de Estado e Governo dos 27 países chegaram ontem à noite a um consenso para tornar vinculativo o objectivo de em 2020, 20% da energia utilizada na EU virem de fontes renováveis. Este tem sido o principal ponto de divergência em Bruxelas, com a França e os países de Leste a oporem-se a esta ideia, por preferirem que o nuclear fosse uma opção.

A Alemanha, a locomotiva do Euro, cresceu 2.7%; a Espanha registou uma expansão de 3.8%, enquanto a Itália registou a maior aceleração de entre todos os países da área euro. Ontem, a OCDE garantiu que a Europa vai conhecer uma retoma duradoura, mas recomendou a Portugal a liberalização dos despedimentos individuais.

A chanceler alemã, Angela Merkel, apresentou ontem, em Estrasburgo, com os seus homólogos português, e esloveno, Janez Jans, o programa conjunto das três presidências da EU. Na ocasião, Merkel reafirmou que é preciso estabelecer, até final da presidência alemã, ou seja, Junho, um roteiro para sair do impasse sobre o tratado constitucional.

O relançamento do debate sobre o tratado constitucional é a prioridade da presidência alemã da União Europeia, desde ontem. O período de reflexão, provocada pela vitória do “Não” nos referendos de França e Holanda, chega ao fim, mas os efeitos das próximas eleições francesas só farão sentir-se durante a presidência portuguesa, já no segundo semestre do ano.