E agora?

Muito tem sido feito para travar as Fake News. As empresas foram forçadas a agir.

Muito foi feito. Muito mais há para fazer. No tempo da Inteligência Artificial, as Fake News até são fáceis de detetar. O problema está nas Deepfake…

A Meta implementou um algoritmo de deteção de Fake News que depois são verificadas por equipas nacionais. Ao mesmo tempo, a Meta passou a financiar plataformas de Fact Checkers.

O X (Twitter) criou as notas da comunidade, um mecanismo através do qual os utilizadores verificados podem denunciar Fake News e/ou desinformação.

A Google deu outro destaque à sua ferramenta de reverse searching para imagens.

O Digital Services Act (2022) da União Europeia criou um quadro regulatório para as grandes plataformas e que, entre outros pontos, responsabiliza essas plataformas pela exibição e disseminação de Fake News. Ou seja, as plataformas estão agora obrigadas a tomar medidas e a retirar esses conteúdos online.

A União Europeia também lançou o EUVSDesinf. Uma plataforma que identifica e denuncia narrativas utilizadas para desinformação.

Em março de 2023, uma fotografia viralizou na Internet e até foi notícia na Vogue Brasil: o Papa Francisco com um casaco comprido acolchoado branco. Era um deepfake.

A imagem falsa foi criada numa app de Inteligência Artificial - Midjourney. A fotografia tinha sido originalmente publicada na comunidade do Reddit, mas rapidamente foi partilhada e disseminada nas diversas redes sociais como verdadeira.

Em 2023, as imagens falsas do ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, a ser condenado, e na prisão, também inundaram as redes sociais. As fotografias foram criadas a partir de comandos de texto, com Inteligência Artificial ( AI Midjourney). Muitas pessoas acreditaram que fossem verdadeiras.

Em maio de 2024, ocorre um fenómeno raro em Portugal: foi possível ver auroras boreais nos céus do país. Os noticiários e redes sociais mostraram imagens das auroras boreais nos céus de Lisboa e Porto, contudo este fenómeno só seria visível nas zonas menos iluminadas, fora dos centros urbanos. As imagens não eram verdadeiras, mas há mesmo quem tenha garantido ter visto as auroras boreais nos mesmos locais que mostravam as fotografias, mesmo que isso nunca tivesse acontecido.

As imagens foram tratadas com uma ferramenta de inteligência artificial e começaram a ser partilhadas nas redes sociais como se fossem fotografias reais.

Os motores de inteligência artificial têm hoje capacidade para gerar texto, voz, vídeo e imagens em movimento. Têm a capacidade de manipular profundamente num vídeo as palavras de um interlocutor ao ponto de não conseguimos distinguir o que é “verdadeiro” ou “falso”.

Quando assim acontece falamos de Deepfake.

A evolução destes motores tem sido exponencial. O seu impacto tem sido amplamente discutido nas empresas de software. Assim como a criação de ferramentas de controlo da sua aplicação.

A guerra contra as Fake News ainda agora começou. E estamos a perder.